top of page

Faces Rock Magazine: O homem de ferro, Adrian Smith, minerando ouro e prata

  • Foto do escritor: adrianfredericksmithfas
    adrianfredericksmithfas
  • 29 de jun. de 2016
  • 6 min de leitura

Atualizado: 16 de dez. de 2020


Por: Lori Smerilson

O acrônimo "A.S.A.P." é certamente familiar na sociedade de hoje (N.T.: acrônimo de "As soon as possible" que significa "o mais cedo possível"). Assim como o nome Adrian Smith, pelo menos na sociedade musical do rock pesado. O que é surpreendentemente não familiar a respeito de Silver and Gold, o LP de estréia pela Enigma do ex-guitarrista do Iron Maiden como "A.S.a.P." é a performance única e versátil que difere do seu mundialmente conhecido som anterior.

"Nossa música é rock direto - melódico, mas com uma pegada pesada", Smith explica com seu forte sotaque inglês. Além disso, ele diz que fazer este disco como "Adrian Smith e Projeto" (que abarca os guitarristas Dave Colwell e Andy Barnett, o baixista Robin Clayton, o baterista Zak Starkey e o tecladista Richard Young) fez com que ele experimentasse aspectos novos e diversos da indústria musical. "Houve muita experimentação", ele diz. "A Donzela fez tantos álbuns, mas isso foi uma coisa nova pra mim. Eu estive muito mais envolvido na administração diária do projeto, não apenas musicalmente no estúdio, mas também na parte empresarial. Então isso me deixou um pouco de olhos abertos porque eu nunca tinha feito isso antes com a Donzela".

Claro que a habilidade mais óbvia que Smith utilizou neste disco que ele não utilizava na Donzela foi seu vocal solo. "Eu cantei em bares por anos com outras bandas embora eu nunca tenha atuado apenas como vocalista solo. Quando eu me juntei ao Iron Maiden eu meio que deixei isso de lado um pouco e me concentrei em tocar guitarra. Agora, eu estou meio que recomeçando de onde eu parei eu suponho".

Ele também fez aulas formais de canto uns dois anos atrás, que foram uma experiência e tanto para o loiro músico inglês. "Elas foram meio que uma piada porque você está tipo sentado ao lado de um piano com um cara e cantando escalas. Eu me senti um completo idiota inicialmente, mas ele meio que me ajudou um pouquinho. Achei que nunca fosse conseguir ampliar meu alcance".

Ironicamente, Smith experimentou uma situação semelhante pouco tempo depois de pegar uma guitarra pela primeira vez. "Sim, era um pouco como as aulas de canto", ele lembra. "Eu e Dave (Murray) (N.T.: guitarrista do Iron Maiden desde 1976) costumávamos ir ao mesmo professor de violão e nós entrávamos lá querendo aprender a tocar rock'n'roll e o cara nos ensinava "Twinkle, Twinkle, Little Star" (N.T.: canção de ninar popular na Inglaterra) e nós tínhamos que tocar aquilo. Nós dizíamos "yeah, não é bem o que queremos tocar", mas isso ensina algum tipo de disciplina, o básico".

Antes dessas aulas, o mesmo ex-companheiro de machado de Smith foi a razão de ele ter pego uma guitarra, pra começar. "Cresci com o Dave, na verdade", diz Smith, que vem do nordeste de Londres. "Nós morávamos a algumas ruas de distância um do outro. Por volta da idade de 15 ou 16 quando você está pensando sobre o que você quer fazer pelo resto da sua vida, eu me lembro de escutar bandas como Deep Purple e Free e isso realmente me fez querer entrar seriamente para a música, e tocar guitarra e coisa que o valha. Naquele mesmo tempo Dave estava tocando guitarra. Todo mundo está tocando agora, mas naquela época era um pouco mais raro. Estou falando de muito tempo atrás", ele ri. "Foi assim: 'Dave tem uma guitarra!' Então nós costumávamos ir para a casa dele e ele tinha uma sobrando jogada em algum canto, então eu peguei daí e aprendi um pouco com ele. Ele já estava tocando fazia aproximadamente um ano. Foi onde comecei".

Smith também credita sua escolha de carreira à sua mãe irlandesa que toca violino, a seu pai que toca ukulele e harmônica, e a seu irmão que toca violão estilo flamenco. E também havia o pai do seu baterista, um camarada chamado Ringo (N.T.: Ringo Starr, baterista dos Beatles, é pai de Zak Starkey), que tinha uma banda com alguns amigos. "Quando eu estava crecendo, os Beatles estavam realmente acontecendo na Inglaterra", Smith relembra. "Todo mundo tinha perucas dos Beatles e coisas assim. Sim, eu vou admitir, eu tinha uma. Essa foi basicamente minha influência inicial".

Agora, tendo tocado em bandas desde a idade 17 no circuito de clubes da Inglaterra, Smith sente que chegou a um consenso de como ele quer fazer valer os seus recursos com o A.S.a.P. "Quando você está crescendo você copia as pessoas ou tenta copiar as pessoas e através dos seus erros você tropeça no seu próprio estilo. Eu acho que esse é definitivamente o meu caso. Eu não sou um guitarrista que fica praticando de trás pra frente 24 horas por dia. Eu aprecio músicos técnicos, mas eu gosto de outras áreas como cantar e escrever canções".

Foi basicamente por isso que o A.S.a.P. foi formado em janeiro último, aparentemente apenas como um passatempo inicialmente. "Andy e Dave são dois dos meus amigos mais antigos", Smith nota. "Eu tive um ano de folga com o Iron Maiden então eu decidi ir para o estúdio com alguns amigos. Eu conhecia o trabalho deles e gostava do trabalho deles. O restante dos caras eram na verdade uma banda por conta própria chamada Ran, e nós nos juntamos".

"Nós escrevemos muito bem juntos", ele continua, "eu, Andy, Dave, e um pouco com o Dick. Nós todos já nos conhecíamos então foi bem suave. Bem, nós tivemos os nossos momentos, mas no geral foi bem suave! Eu não tinha realmente nada sólido em mente. Nós tínhamos as canções escritas então nós apenas pegamos as músicas e tentamos fazê-las soar o melhor que pudemos. Nós passamos muito tempo arranjando e escrevendo canções. Eu acho que isso tem uma grande influência sobre o produto final, você sabe? Fazer certo desde o início e não tentar acertar durante o processo. Essa foi a ideia que tínhamos".

Mesmo que Smith tenha compartilhado a responsabilidade de escrever as músicas com seus amigos de banda em músicas novas em folha como "Down The Wire" e "Misunderstood", ele escreveu "Silver and Gold" e "The Lion" uns cinco anos atrás. "Eu nunca me interessei muito por letras antes", ele admite, "mas desta vez, tendo que cantá-las e soar convincente em um álbum, eu gastei muito tempo para ter certeza que as pessoas iriam entender sobre o que as músicas tratam. Por exemplo, "Lion" é uma velha história a respeito de alguém pegando uma carona. Um cara pega uma garota, deixa ela em casa e no dia seguinte ele volta e a casa está toda destruída - ela era um fantasma e todo esse tipo de coisa".

Smith & Projeto também utilizaram esse tipo de criatividade inteligente para a capa do álbum e clipe. "Nós meio que sentamos e dissemos, 'qual seria uma boa ideia para o álbum? Como nós poderíamos fazê-lo diferente, sabe, em relação à capa?' Eu acho que o meu empresário Rob teve a ideia de chamá-lo Silver and Gold. Originalmente era para ser um tipo de sensação como uma garota e Goldfinger (dedo de ouro), você conhece o filme Goldfinger? O filme de James Bond? (N.T..: James Bond contra Goldfinger, de 1964). A garota com a pintura corporal?

"Então, nós exploramos isso um pouco e entramos em contato com Spender Rowl. Ele é um fotógrafo de moda e ele meio que levou isso um passo à frente e conseguimos toda aquela sensação. Então nós fizemos um video para "Silver and Gold" o qual eu acho que está em processo de ser banido da MTV no momento porque nós mostramos partes da capa do álbum, a garota nua que eu devo dizer que é de muito, muito bom gosto. Você não consegue ver nada específico. É uma espécie de foto artística. Nós esperamos que a MTV o passe".

Smith também espera lançar um segundo álbum do A.S.a.P. possivelmente antes de sair extensamente em turnê. Como veterano da música ele expressa seu entusiasmo por tocar nos Estados Unidos, alegando que é mais fácil fazer turnês aqui do que na Europa. "Europa é um pesadelo", ele diz. "Você passa por 12 países diferentes, você tem os bolsos cheios de trocados que você não sabe o que fazer com eles (NT: isso foi antes do Euro, instituído em 1999), você come comida diferente todo dia, você realmente se sente bagunçado. Aqui é mais fácil. Você pega a autoestrada e vai".

Espera-se que a óbvia admiração de Smith pelas rádios e clubes dos Estados Unidos (aparentemente, a Inglaterra ainda é bastante underground) seja recompensada quando o seu disco estiver concorrendo ao sucesso por estas bandas. Mas porque esperar? Silver and Gold deve ser adicionado à coleção de todo verdadeiro fã, o mais cedo possível.

Comments


bottom of page